Não saberemos, quem me lê e quem isto escreve, de economia e finanças tanto quanto os especialistas encartados que falam e falam, prognosticam e comentam. Mas nada nos impede de ter umas ideias sobre o assunto, pois também os factos troçam de ideias e previsões lançadas pelos sabichões, condenando-os a saberem o que aconteceu e porque aconteceu quando já todos vivemos o assunto. Consideremos portanto como é o sistema capitalista, hoje.
Será isso como quem desenha a traço grosso e vê hoje o mapa-múndi com que aspecto? Dividido em três blocos: o Ocidente, encabeçado por Estados Unidos, as nações da União Europeia e todas as outras aderidas à NATO ou, de qualquer modo, integradas na esfera de influência norte-americana (a exemplo do Canadá, Japão ou Austrália). O segundo bloco será a Rússia, um território imenso que vai do Atlântico ao Pacífico, e o terceiro será a China ao lado da Coreia do Norte.
Mas terá desaparecido o confronto russo-americano que caracterizou a “guerra fria”? Parece que não, reactivou-se. Foi-se o equilíbrio bipolar dos dois blocos e temos a persistir uma modalidade de “guerra fria” no mundo agora tripolar, o da globalização.
Sim, a negregada globalização, engendrada pelas conveniências da concentração de capital financeiro tão colossal que exigiu (a parlamentos, partidos e governos cúmplices) a máxima liberdade e a alcançou para manobrar à vontade os seus caudais deslocando-os para aqui e para além como investimentos tratando de esconder, sem dar cara e nome, mais e mais milhares de milhões nos paraísos fiscais. Ora a sombra da globalização é o neoliberalismo, a austeridade, que o FMI, o Banco Mundial ou a União Europeia teimam em receitar como cura para os défices orçamentais, o desemprego, a escassez de crescimento económico. Todavia, o que mais abunda no Ocidente é a realidade da estagnação (famílias, empresas, bancárias incluídas, e nações depenadas até à medula).
No entanto, podemos ter no mercado kiwi da Nova Zelândia, bananas da América Latina e de África, caju do Irão, batatas e legumes de Espanha, assim como quotas comunitárias que nos cortam a produção nacional. O capitalismo das grandes empresas de especulação financeira ou uns famosos fundos de investimento dispensou a mesquinhice dos lucros da indústria e foi estabelecer-se nos paraísos fiscais. Explora tão bem o comércio, conforme se vê, das export-import subsidiadas que se ri dos custos de transportes e, quanto a danos ambientais, esfrega o riso na ecologia.
Iremos chegar a um mundo multipolar? Será a confusão total. Entretanto, atenção, muita atenção: vejam os maravilhosos jogadores que valem milhões porque fazem os golos e que temos de comentar e admirar porque os seus golos valem milhões…
Será isso como quem desenha a traço grosso e vê hoje o mapa-múndi com que aspecto? Dividido em três blocos: o Ocidente, encabeçado por Estados Unidos, as nações da União Europeia e todas as outras aderidas à NATO ou, de qualquer modo, integradas na esfera de influência norte-americana (a exemplo do Canadá, Japão ou Austrália). O segundo bloco será a Rússia, um território imenso que vai do Atlântico ao Pacífico, e o terceiro será a China ao lado da Coreia do Norte.
Mas terá desaparecido o confronto russo-americano que caracterizou a “guerra fria”? Parece que não, reactivou-se. Foi-se o equilíbrio bipolar dos dois blocos e temos a persistir uma modalidade de “guerra fria” no mundo agora tripolar, o da globalização.
Sim, a negregada globalização, engendrada pelas conveniências da concentração de capital financeiro tão colossal que exigiu (a parlamentos, partidos e governos cúmplices) a máxima liberdade e a alcançou para manobrar à vontade os seus caudais deslocando-os para aqui e para além como investimentos tratando de esconder, sem dar cara e nome, mais e mais milhares de milhões nos paraísos fiscais. Ora a sombra da globalização é o neoliberalismo, a austeridade, que o FMI, o Banco Mundial ou a União Europeia teimam em receitar como cura para os défices orçamentais, o desemprego, a escassez de crescimento económico. Todavia, o que mais abunda no Ocidente é a realidade da estagnação (famílias, empresas, bancárias incluídas, e nações depenadas até à medula).
No entanto, podemos ter no mercado kiwi da Nova Zelândia, bananas da América Latina e de África, caju do Irão, batatas e legumes de Espanha, assim como quotas comunitárias que nos cortam a produção nacional. O capitalismo das grandes empresas de especulação financeira ou uns famosos fundos de investimento dispensou a mesquinhice dos lucros da indústria e foi estabelecer-se nos paraísos fiscais. Explora tão bem o comércio, conforme se vê, das export-import subsidiadas que se ri dos custos de transportes e, quanto a danos ambientais, esfrega o riso na ecologia.
Iremos chegar a um mundo multipolar? Será a confusão total. Entretanto, atenção, muita atenção: vejam os maravilhosos jogadores que valem milhões porque fazem os golos e que temos de comentar e admirar porque os seus golos valem milhões…
3 comentários:
Urgentíssimo quantificar os danos ambientais dos transportes. Há 15 dias num mercado perto de minha casa havia uvas chilenas mais baratas do que as portuguesas! Vindas de milhares de km e produzidas há 6 meses, quando aqui estávamos no pico das vindimas!
Há décadas que ouvimos o eufemismo de incluir o Japão no "Ocidente"!
Ninguém sabe quando haverá alterações da selva a que chegamos, mas as mentiras, de tão gritantes e repetidas, podem originar surpresas.
Os milhões de atentos comentários diários terão os seus efeitos.
Por exemplo, já leste o que se segue? Abraço, Rui
http://resistir.info/moriente/whitney_siria_09out16.html
Prezado amigo: Sem dúvida, és leitor infatigável e atentíssimo, mas quantos mais haverá por aqui e por ali?! Tristeza! Mas ainda bem que notaste o caso das uvas chilenas, exemplo flagrantíssimo e tão expressivo. Agradeço-o. E agradeço também, de modo muito particular, a tua acção como animador cultural. Merece público reconhecimento! Quanto ao mais, amigo, haja força para ter esperança! Abraço cordial. A.M.
Obrigado, Arsénio. Forte abraço, Rui
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