sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Querem apagar a LUSA !

Quando há jornalistas em greve, o país inteiro deve ficar atento. Algo de grave se passa no campo da informação portuguesa e isso importa aos cidadãos. Ora, nestes dias, estão em luta, de braços caídos, redações da agência LUSA e do jornal «Público» com todas as suas delegações nacionais.
São casos diferentes (a agência é pública, o jornal é privado) mas, ainda assim, são aparentados e, não por acaso, simultâneos. A ofensiva ultra neoliberal avança para abocanhar tudo o que possa luzir, na LUSA ou no «Público». Engana-se redondamente quem se ponha a supor que esta ofensiva dos radicais, enfim cheios de boa consciência, se vai deter aqui depois de ter feito as desgraças que já fez.
O caso da agência, que é única, reveste-se de especial relevância. Atrofiá-la, reduzindo-lhe os redatores, determina uma atrofia do caudal diário da sua informação. Acontece porém que essa informação, variada e abundante, emanada de e para todo o país, é essencial para alimentação de jornais, rádios e televisões.
É assim que, agora também por este lado, mais uma vez fica em causa a democracia, a liberdade. Logo, o país informado solidariza-se com os jornalistas em greve, compreende-os e apoia-os. A sua luta é a de todos os que sentem a violência da agressão em curso.
O patrão do «Público», jornal considerado de referência, quer despedir para minorar prejuízos; o governo regateia, querendo poupar seis milhões no orçamento não de hipotéticas «gorduras» mas sim de «osso». O patrão manda na sua casa mas na agência pública tem a sua palavra a mandar os cidadãos contribuintes. Não está nada bem, nem é bonito, regatear seis unidades e continuar a dar centenas aos mesmos de sempre que, coitadinhos, beneficiaram e beneficiam do Estado que nós suportamos até ao desfalecimento.
Uma informação abundante, livre e plural é indispensável ao sistema democrático, sobretudo quando reina o alheamento, o abstencionismo, entre tanto espetáculo de  futebol e telenovela. Iniciativas destas escondem (mal) uma aversão à democracia e à liberdade. Não lhes chega a desinformação, a manipulação?!

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