quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Conversa sobre ebooks

Envolvido como tenho andado com as edições digitais dos meus livros, talvez seja interessante tornar à conversa sobre o tema. Não sendo já verdadeiramente novo, continua no entanto entre a ser pouco frequentado. É assim a conversa que hoje me traz de regresso à coluna.
Variados aspectos do assunto são ainda pouco conhecidos exactamente porque os ebooks continuam a ser considerados por muitos leitores algo como uma curiosidade de feira do livro para atrair minorias de maluquinhos dos computadores e fãs da Net e não como a proposta válida que mostra ser. Porém, devidamente apreciada, a novidade tem óptimas condições de agrado. E neste ponto advirto outra vez: creio que os ebooks têm lugar junto com os livros impressos: o suporte digital complementa o do papel.
Naturalmente, o utilizador do suporte digital necessita de inovar alguma habituação. Desde logo, tem a possibilidade de adquirir, se não de graça, pelo menos a preço muito reduzido, as obras que deseje sem percorrer livrarias e postos de venda onde raramente topa com o que procura e se amontoam em vertiginosa rotação as capas berrantes dos verbos de encher. Conveniência deveras estimável: a fácil arrumação de uma biblioteca virtual que (viva!) deixa as árvores de pé...
Um vulgar aparelho (reader) pode albergar uma biblioteca inteira, digamos mil livros. Que o leitor adquire, no idioma que lhe interesse (lusófonos: atenção ao catálogo) esteja onde estiver no planeta. E o aparelho não é caro.
As funcionalidades de cada um variam, mas podem permitir alterar o tamanho dos textos, inserir marcadores, notas, etc.; e, em ligação com o computador, imprimir o livro. Graças à computação móvel, hoje até um vulgar telemóvel (smartphone) acede às bibliotecas e às leituras. A leitura chega a toda a parte.
Claro, além da necessária habituação do leitor ao aparelho, o leitor terá que se habituar a compras online. O que implica pagamentos com cartão, transferências virtuais. Algo de banal nos tempos que correm...
Entretanto, a edição literária entrou numa conjuntura complicada também para numerosos autores portugueses. Alguém duvida que os ebooks vão expandir-se entre nós no futuro? E que o mercado dos livros em papel vai diminuir?

2 comentários:

Anónimo disse...

Tema candente para os livreiros tradicionais...
Grande abraço,
Rui

A. M. disse...

É verdade, meu caro, a situação vai sofrendo alterações que requerem adaptações rápidas. Mas a edição literária continuará sem dúvida nenhuma a existir e o sector livreiro também. Em suma, não dramatizemos as dificuldades, vençamo-las!
Abraço cordial.