Tudo muda com rapidez crescente. A vertigem das mudanças percorre o mundo como brutal tufão e nós, apanhados, mal conseguimos adaptações às novidades em sôfregas corridas de última hora e nem chegamos a perceber o sentido de quanto mudou. Os meios da edição literária e dos circuitos da leitura passam também por dramáticas alterações mas, para camadas de autores e grande número de leitores, aparentemente, pouco ou nada está a acontecer.
Num piscar de olhos, meia dúzia de anos, a edição de livros concentrou-se em Portugal em três ou quatro grandes empresas e o mercado do livro (não apenas o sector da edição, conforme estava previsto e anunciado), alterou-se radicalmente. Os autores, nacionais e estrangeiros, com obras de grande sucesso, veloz e renovável, predominam no mercado ao ponto de o tornarem quase exclusivo. Mas as suas obras, produzidas para os gostos predominantes, de ficção ou de tema sensacional, levantam cada vez mais objecções por parte de conhecedores especializados.
Os próprios autores dessas obras de grande consumo caem já em algum descrédito pois tendem a repetir-se nas suas estratégias de sucesso. Nos circuitos da leitura massificada surgem também sinais claros de saturação e cansaço (que só por distracção poderão interpretar-se como efeitos da crise). E é suposto que os “outros” autores que se vêem arredados do mercado não terão opinião pessoal abonatória sobre o que mais se vende.
Esses “outros”, assaz numerosos, amontoam-se nas editoras de segunda linha, nas baixas tiragens, nas vendas directas pela multiplicação de sessões de autógrafos. Mas, embora arrebatados pelo tufão, não desistem de imprimir os seus livros, de gastar papel. Sentindo, entretanto, uma clivagem a acentuar-se: entre a literatura de consumo rápido e a própria Literatura, ou seja, o mercado e a autêntica criação literária.
Uma cultura realmente viva entrou assim em contradição com uma cultura popular asfixiante. A resposta está, julgo eu, na saída das edições impressas (caras, com distribuição e venda difícil) em direcção aos ebooks. São publicações muito menos onerosas e a sua distribuição pode atingir uma escala global com vendas online, por moeda à escolha, a preços deveras reduzidos… serão, afinal, a ponte levadiça que resta aos “outros” autores para a conquista do seu “castelo das nuvens”.
Escrevo estas linhas equacionando os dados da situação presente sem pretender motivar alguém (sublinhando, todavia, o meu caso pessoal: a experiência em curso atrai-me porque, além do mais, me proporciona a oportunidade de publicar cada livro sem os atropelos que por vezes atingiram as respectivas edições impressas). Que cada autor faça as suas opções! Realmente, na situação actual, torna-se apetecível a exploração das várias plataformas de publicação de livros em formato digital existentes, os já vulgares ebooks – a ponte do castelo!
Num piscar de olhos, meia dúzia de anos, a edição de livros concentrou-se em Portugal em três ou quatro grandes empresas e o mercado do livro (não apenas o sector da edição, conforme estava previsto e anunciado), alterou-se radicalmente. Os autores, nacionais e estrangeiros, com obras de grande sucesso, veloz e renovável, predominam no mercado ao ponto de o tornarem quase exclusivo. Mas as suas obras, produzidas para os gostos predominantes, de ficção ou de tema sensacional, levantam cada vez mais objecções por parte de conhecedores especializados.
Os próprios autores dessas obras de grande consumo caem já em algum descrédito pois tendem a repetir-se nas suas estratégias de sucesso. Nos circuitos da leitura massificada surgem também sinais claros de saturação e cansaço (que só por distracção poderão interpretar-se como efeitos da crise). E é suposto que os “outros” autores que se vêem arredados do mercado não terão opinião pessoal abonatória sobre o que mais se vende.
Esses “outros”, assaz numerosos, amontoam-se nas editoras de segunda linha, nas baixas tiragens, nas vendas directas pela multiplicação de sessões de autógrafos. Mas, embora arrebatados pelo tufão, não desistem de imprimir os seus livros, de gastar papel. Sentindo, entretanto, uma clivagem a acentuar-se: entre a literatura de consumo rápido e a própria Literatura, ou seja, o mercado e a autêntica criação literária.
Uma cultura realmente viva entrou assim em contradição com uma cultura popular asfixiante. A resposta está, julgo eu, na saída das edições impressas (caras, com distribuição e venda difícil) em direcção aos ebooks. São publicações muito menos onerosas e a sua distribuição pode atingir uma escala global com vendas online, por moeda à escolha, a preços deveras reduzidos… serão, afinal, a ponte levadiça que resta aos “outros” autores para a conquista do seu “castelo das nuvens”.
Escrevo estas linhas equacionando os dados da situação presente sem pretender motivar alguém (sublinhando, todavia, o meu caso pessoal: a experiência em curso atrai-me porque, além do mais, me proporciona a oportunidade de publicar cada livro sem os atropelos que por vezes atingiram as respectivas edições impressas). Que cada autor faça as suas opções! Realmente, na situação actual, torna-se apetecível a exploração das várias plataformas de publicação de livros em formato digital existentes, os já vulgares ebooks – a ponte do castelo!
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