
Na Indonésia, o presidente eleito promete eliminar criminosos matando-os, prender manifestantes e teria muito gosto se tivesse violado também uma tal freira bonita. Duterte, novo presidente das Filipinas, quer mudar a Constituição e aplicar “linha dura” na governação (em campanha já ameaçava matar “traficantes”) e desafia a China dispondo-se a reivindicar umas ilhas em disputa. Tudo isto, apanhado num simples relance, deixa uma pessoa estupefacta, de boca aberta: estará o Mundo entregue aos bárbaros?
Olhando um pouco ao lado e girando o globo, está a Rússia rodeada mais e mais por forças e aliados dos Estados Unidos. Na Ucrânia, antigo “celeiro da Europa”, Yanukovych ganhou a presidência em 2010 numas eleições perfeitamente democráticas (mas o que vale hoje a democracia?), o parlamento destituiu-o e ele exilou-se em 2013 para ser substituído por Poroshenko, pró União Europeia e NATO. No Egipto, Morsi, da Irmandade Muçulmana, venceu as primeiras eleições democráticas do país mas foi deposto em 2013 por golpe de Estado do general Al-Sissi que, com nova Constituição, declarou a Irmandade “terrorista” e legalizou a pena de morte, pelo que o tribunal condenou 529 pessoas num único dia, aumentou a repressão (mortos 595 manifestantes pró-Morsi em 14-08-2013, outros 152 condenados, jornalistas perseguidos, etc.), mas atenção, Al-Sissi não é ditador! (soube entregar duas ilhas à Arábia Saudita em troca de grande ajuda financeira para as forças militares egípcias).
E na Turquia? O presidencialista Erdogan sabe jogar em tabuleiros diferentes sempre a ganhar, acusam-no de corrupção mas o homem defende-se, persegue opositores, prende e leva julgamento jornalistas mesmo estrangeiros para os quais o partido curdo não é “terrorista”, e não lhe falem de direitos humanos, de refugiados ou do acordo que fez com a Alemanha de Merkel. É este o mundo dos bárbaros: inimigos da civilização, da dignidade humana, da justiça.
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