Os últimos três “posts” pedem umas palavras de explicação. Ao reeditarem três páginas extraídas de um livro publicado em 1984, interromperam o meu costume de colocar aqui textos inéditos. Creio no entanto que terão tido o sabor de “novos” para muitos leitores.
O livro é de minha autoria, naturalmente, conforme indica a nota inserida no fim de cada página. É o Som de Origem – arte d’escrita, publicado em Lisboa há trinta anos. Então, porque chegaram agora os “sons” a esta coluna?
Explico. Com os três textos (incompletos, obedecendo à regra aqui vigente) quis aguçar o apetite dos leitores para a obra na altura em que ia colocá-la como ebook na lista de “Os meus livros – links”, portanto junto das outras minhas nove obras já presentes na plataforma ISSUU. Realmente, continuo a gostar dela, o que vale dizer que continuo a prezar o que publiquei há três dezenas de anos.
O Som de Origem está, desde há uns dias, disponível para os leitores. Foi preciso mudar o suporte do escrito (pois, recorde-se, em 1984 os livros ainda eram entregues dactilografados aos editores; computadores e disquetes surgiriam nos anos seguintes). E foi assim que tive de pegar no livrinho impresso (só tem 80 páginas) para digitar o texto e elaborar a edição digital.
A edição é revista, tal como as outras nove que a acompanham (quer dizer, expurgada de uma ou outra falha de estilo, posto que, por certo, ainda não perfeita), portanto em condições de ficar e perdurar. A tarefa de a reescrever, entretanto, trouxe à memória a sessão (única) do seu lançamento.
Recordo-a com prazer. Decorreu no Porto, na galeria Nazoni, e Som de Origem e eu tivemos a honra de apresentação pelo saudoso Oscar Lopes. Um actor de renome leu na sessão umas páginas emotivas.
O livrinho teve um razoável acolhimento mas nada impediu que resultasse num projecto falhado. Terei ambicionado voo alto em demasia? Pretendi construir um “romance” experimental, com textos algo cronísticos ensaiando um restauro da sensorialidade em plenitude quando a humanidade caía no embotamento.
Creio que o livrinho conserva a actualidade que no momento tinha, se acaso essa actualidade, entretanto, não recrudesceu dramaticamente. Apreciem-no agora os leitores na plataforma de leitura grátis onde estão os dez títulos de que sou autor – volumes de ficções, crónicas, estudos e ensaios, etc. –, mais três títulos de vária autoria com entrada diversa, já antiga. Nota final: mantenho na Amazon doze títulos de ficções “para crianças” cuja encomenda, em edição normal impressa, os interessados terão que pagar.
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