A opinião expressa dos portugueses mostra-se nestes dias arrumada em dois campos bem contrastados. Um recusa a «refundação do Estado» proposta pelo governo ultra-neoliberal, rejeitando com indignação e mesmo revolta as políticas de desgraça nacional; o outro campo apoia a prossecução das políticas do governo em nome de uma pretensa «estabilidade» que de estável nada tem, ou seja, apoia a continuação da crise e o aumento imparável da dívida soberana conforme a troika impõe. Entre os dois campos de opinião deve achar-se a velha «maioria silenciosa», a tal que ninguém sabe ao certo onde está porque não se manifesta.
De facto, o povo começou a aperceber-se deveras da verdadeira situação. Generaliza-se portanto a percepção de que o sistema capitalista mudou em geral e que mudou também o comportamento de governos ditos democráticos. Servem agora não os seus eleitores e sim a máxima concentração do poder financeiro, expressão de imperialismo.
Esses governantes, com o seu alegado combate ao défice e mais e mais e mais programas de austeridade (tão bons cristãos que eles são!) estão alegremente a pôr a rabiar de fome e a vasculhar nos contentores do lixo milhões de pessoas no país. Querem obrigá-las a aceitar a miséria, ou a miséria do salário mínimo nacional. Em vez de civilização, promovem a barbárie para agradar aos senhores das terras e dos céus sentados nos tronos dos seus tantos biliões e triliões - é preciso juntar forças e varrer do poder os partidos que há 35 anos o corrompem para começar uma vida nova em novo caminho.
Clamores enérgicos ressoaram por ruas, praças e avenidas a ferver de indignação, ali onde as massas populares se encontram, reconhecem e solidarizam. Os sonoros protestos do povo atroaram os ares e chamaram para a rua quem ainda dormia em casa diante do televisor. Uma interrogação salta agora: quem apoia hoje essas políticas de desgraça nacional?
Apenas os governantes, os dirigentes dos partidos coligados, alguns dos seus adeptos ferrenhos ou ceguetas e poucos mais. Aparentemente, só nesta minoria o governo encontra apoiantes (excluída a «maioria silenciosa», claro). Este cenário traz à lembrança a história do menino que aponta e diz que o rei vai nu.
Quem diz o rei diz o governo e quem diz o menino diz toda a gente capaz de soltar o grito que restabelece a verdade dos factos. Os cortesãos do rei, interesseiros, suportam-lhe as mentiras até que a gente descomprometida (e agredida) no caso grite «basta!». É esta a límpida moralidade da história... [Imagem: clique para ampliar.]
Apenas os governantes, os dirigentes dos partidos coligados, alguns dos seus adeptos ferrenhos ou ceguetas e poucos mais. Aparentemente, só nesta minoria o governo encontra apoiantes (excluída a «maioria silenciosa», claro). Este cenário traz à lembrança a história do menino que aponta e diz que o rei vai nu.
Quem diz o rei diz o governo e quem diz o menino diz toda a gente capaz de soltar o grito que restabelece a verdade dos factos. Os cortesãos do rei, interesseiros, suportam-lhe as mentiras até que a gente descomprometida (e agredida) no caso grite «basta!». É esta a límpida moralidade da história... [Imagem: clique para ampliar.]
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